Vivências Dissonantes – 21º COLE – 11 de julho de 2018 – 16h às 18h30
1: Envelope-se: corpos em movimento - Alda Romaguera e Davi de Codes – Local: Laboratório de Estudos Audiovisuais – OLHO – Anexo II – Faculdade de Educação.Nesta vivência, desejamos o encontro de corpos em movimento com a palavra falada, dita, escrita, tateada, filmada. A expressão “envelope-se” é tomada como provocação de endereçamento e de dobra dos pensamentos e imagens que nos afectam. Pelo exercício corpóreo de uma escrita ficcional, o convite a entregar-se a leitores improváveis. Receber uma correspondência sem conhecer seu remetente; tornar-se ou não o destinatário desejado; ficcionar mundos que se fazem dobras a cada pausa do corpo nas estações de leitura, escuta, escrita... Os participantes serão organizados em grupos de 4 pessoas que farão uma vivência de 30 minutos em um espaço preparado. A divisão dos grupos e horários será feita no início da vivência.
2. Co-criando com o chão da floresta - Susana Dias, Glauco Silva, Maria Rita Zamproni, Lavínia Rangel e Sebastian Wiedemann (Unicamp) – Local: Anexo I - gramado da Faculdade de Educação
Nossa vontade com esta vivência é de instaurar uma comunicação com a floresta, acolhendo o fato que ela já é uma comunidade minoritária em si mesma que clama porque entremos em processos de co-criação com seu chão sempre fértil e em proliferação. Um chamado a nos emaranharmos com as potências-floresta que pululam em nós e em todo lugar. Esta é uma proposta para experimentarmos coletivamente a produção de composições sensíveis (fotografias, colagens, etc.) que ativem relações que sejam capazes de celebrar potências-floresta, tais como: gerar encontros entre abundantes e diversos modos de existência (orgânicos, inorgânicos, naturais e sobrenaturais) em co-evolução e co-criação incessantes; instaurar infinitas e complexas relações sempre inacabadas; ativar forças de cura, contemplação e transformação; fazer mundos, constituir refúgios e afetar afirmativamente as dinâmicas da Terra nas mais diversas escalas; gerar um gigantesco arquivo vivo, sempre aberto à morte e renascença constantes...
3. A natureza da palavra: corpos poéticos em movimento - Renata Ferreira da Silva e Eliana Kefalás Oliveira – Local ED 03 – Anexo I – Faculdade de Educação
Convidamos, a partir de um estado de atenção e presença no mundo, a brincar com movimentos corporais de identificação com dinâmicas de emoções que elementos da natureza como água, terra, fogo e ar nos proporcionam. Um jogo de transposição para a dimensão dramática do teatro/dança é proposto de forma a corporificar tais dinâmicas, ou seja, sentir a dinâmica da emoção para ativá-la em corpo/voz. Assim chegamos à palavra, entendo-a como organismo vivo que encontra a poesia pela sua dinâmica física, ativando nosso senso poético. Essa dimensão lírica do movimento abre-se ao texto literário, emergindo, no corpo, sua instância polifônica: experimentam-se sonoridades, vozes que lançam o texto literário de volta para mundo. Desse modo, o texto que descansava no papel, ganha corpo, metamorfoseia-se em meio a mimodinâmicas para, então, – num convite final – lançar-se para a natureza: dancemos a palavra para um galho no meio do caminho, uma pedra descansando ao sol, uma folha caída sobre a grama, uma sombra de uma árvore desenhada no chão...
4. Mergulhar no silêncio, bordar folhas - grupo Entrefios Memórias – Local: Anexo I - Gramado da Faculdade de Educação
Leituras, árvores, fios, palavras... Pelo gesto de bordar nos conectaremos com aquilo que há entre nós, as árvores, os livros, os papéis. Lemos e escrevemos com às árvores quando as palavras se misturam às fibras que elas nos oferecem. Bordaremos em suas folhas como um gesto de agradecimento, produzindo uma outra escuta, uma escrita desde a fonte material dos livros. O Entrefios é um grupo que se dedica à pesquisa, criação e partilha de bordados e outras artes manuais com fios, tecidos, a partir das memórias e do imaginário de cada participante. Os encontros são semanais e envolvem por volta de quinze mulheres no Centro Cultural Casarão em campinas desde 2010. Os pontos bordados tecem histórias de encantamento e sonhos, guardados na memória do tempo. A alegria da criação vem do encontro com as próprias experiências. O ouvir, o silenciar, o sentir, o pensar, o bordar e o desbordar fazem parte do processo, dando vazão ao ato criativo tão próprio de cada um.
5. "Espaços que gritam: criação coletivas de outras formas de livros e de leituras para bebês e crianças que não lêem letras" – Gabriela Tebet – local: Sala LL02 - Faculdade de Educação
Propomos a criação de outras formas de livros e leituras para bebês e crianças que não lêem, considerando o espaço como um potencial "contador de histórias fazendo ecoar histórias ricas e potentes, muitas vezes negadas aos bebês e crianças pequenas. Partimos da compreensão de que desde o nascimento somos todos parte deste mundo e temos nossas formas singulares de interagir com o mundo e com suas histórias. Entendemos que - de modo geral - adultos têm dedicado pouca atenção à essa parcela da sociedade composta de bebês e crianças pequenas (e que aqui estamos considerando como uma comunidade minoritária) e oferecido poucos elementos para a exploração e a criação de vivências dissonantes de leitura e temos olhado pouco para as experimentações cotidianas que fazem e leituras de mundo tantas. Assim, nossa proposta é pensar o "lugar" da leitura e das histórias na produção de subjetividades e produzirmos coletivamente materiais literários com formatos dissonantes dos padrões correntes no universo da literatura infantil. Ao final da nossa vivência serão endereçados para bebês e crianças pequenas de contextos diversos. A vivência não exige experiência artística ou literária prévia, mas requer disposição para a criação e a experimentação.
6. Cantos da Floresta – Musicalidades indígenas - Magda Pucci – Local: Sala Multiuso da Casa do Lago
Propõe uma vivência com as tradições de alguns grupos de diferentes partes do país como: Kambeba, Krenak, Paiter Surui, Ikolen-Gavião, Guarani, Yudjá, Xavante, Kaingang entre outros. Ofereceremos diversos tipos de atividades que abordam a escuta ativa das sonoridades desses povos; o contexto histórico e social, ritos, mitos, grafismos e pinturas corporais, brincadeiras e uma prática musical com diversos cantos. A prática musical proposta visa experimentar os sons de algumas das 180 línguas indígenas brasileiras, através de canções, jogos, criações coletivas, sonorização de histórias, entre outras atividades. Buscaremos a reflexão sobre diversos temas como a oralidade, o modo de vida dos povos indígenas brasileiros, a trajetória de alguns desses povos dentro da história do Brasil, a relação entre cotidiano, rituais e música.
7. Linguagens dissonantes entre filosofia e arte: como compor para si um corpo - Maria dos Remédios de Brito e Breno Filo - Universidade do Pará – Local: Sala ED 05 – Anexo I – Faculdade de Educação
O que pode um corpo? Espinosa coloca essa provocação para seus leitores na sua obra Ética, no entendimento de que um corpo não é só potência, mas também poder de afetar e ser afetado. Sua filosofia consiste em colocar a vida em evidência, ao mesmo tempo em que, busca promover uma denúncia de tudo aquilo que separa o corpo dos seus processos vitais. Um corpo é um campo singular, estando profundamente arraigado aos afetos e seus encontros. A vivência “Linguagens dissonantes entre filosofia e arte: como compor para si um corpo...”, tem como proposta construir um diálogo, mas também uma experiência criativa que percorra dois campos inventivos, o pensamento entre a arte como modo de criar, inventar blocos sensações. Esses saberes não vêm com o propósito de fundamentação e nem muito menos pensar um para didatizar o outro. A ideia é fazer passar um entre o outro e dele emergir um terceiro, um quarto, que não se sabe efetivamente de ante mão o que é. A vivência filo-artistica deseja traçar linhas, tais como um exercício de pensar- fazer-sentir-afetar em meio a produção de uma escrita vagante-coletiva que passe pela produção de uma cartografia entre desenhos, escritas, pinturas, leituras filosóficas. Afinal, o que pode um corpo? Criar uma vivência de encontros e afetos que possam configurar linhas de entradas – saídas - entradas para pensar fazer, criar potências, encontros que possibilitem ao corpo inspiração, para além de uma efetuação. Que cada um invente para si um corpo e trace potências de afetar e ser afetado
8. Ponto Poema - A carta - uma faísca de vida dobrada e envelopada - Tina Zani, Nicholas Zani e Sabrina Zani – Local: Sala ED 04 – Anexo I - Faculdade de Educação.
Ação poética de escrita de cartas e objetos poéticos, enviados de desconhecid@s para desconhecid@s. Um instante, uma brecha no tempo, um aceno para escrever palivrinhos, botar bolhinhas no papel, inventar poesias, desenhar pensamentos, soletrar sorrisos, guardar no envelope e enfeitar o dia de alguém. Destinatários das cartas: Reviva Senior’s Residence.
9. Ser-tão (m)eu, ser-tão mundo - Giovana Scareli e Luciano Bedin da Costa – Local: Sala ED 02 – Anexo I – Faculdade de Educação
O que pensamos quando a palavra sertão é proferida? Uma paisagem, uma letra de música, uma sensação, um filme. Quantos sertões se proliferam em nós ao ser enunciado? Queremos explorar a palavra/imagem sertão e o que podemos criar, inventar, afetados pelos sertões descritos na literatura e produzidos em imagens pelo cinema e fotografia. É possível imaginar outros sertões? Desterritorializar o sertão, retirá-lo do lugar geográfico para que, enfim, se torne um sentimento? Se “o sertão é dentro da gente”, como diz Guimarães Rosa, que sertões podem se proliferar de dentro da gente? Essa oficina com literatura e outras artes convida a pensar a língua do sertão e com ela criar textos, desenhos, poesias, fotografias que possam ser endereçados ao ser-tão de cada um.