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Amara Moira

Conferência: Provocações feministas à crítica literária
12/07/2018 - 16h30

Dez anos atrás, cinco talvez, e qualquer menção a feminismo ou questões raciais perto de "crítica literária" poderia motivar risos, por considerarem essa leitura uma leitura enviesada, parcial. No entanto, com o peso que o debate feminista e negro vem assumindo na sociedade, a crítica literária vem sendo obrigada a repensar suas resistências. Faz sentido continuarmos designando como "eróticas" obras que retratam estupros? Somos capazes, aliás, de nos dar conta das violências racistas e de gênero perpetradas em boa parte da nossa literatura? Discursos discriminatórios costumam ter ótima acolhida em parte considerável da nossa produção literária, o que acaba por transformá-la em peça chave para a manutenção desses discursos, fazendo-se então necessário que a crítica afine-se com os debates feministas e antirracistas para aguçar nossa percepção e escancarar essas violências.



Sobre Amara Moira:
Amara Moira é travesti, feminista, doutora em teoria e crítica literária pela Unicamp (sua tese discute a legibilidade e traduzibilidade do 'Ulysses' de James Joyce) e autora do livro autobiográfico "E se eu fosse puta" (hoo editora, 2016), onde escreve em uma perspectiva antropológica, e ao mesmo tempo literária, sobre  suas experiências como profissional do sexo.